Como você recebe os jogadores novatos e curiosos do RPG? Você ajuda ou espanta?
foto: Jogo Knight of Pen and Paper
Fala, galera!
Este tema foi inspirado em uma das palestra feitas pelo meu conterrâneo José Noce durante do Dia Nacional do RPG.
Com a palestra de nome "Adote um novato no RPG"
Sem querer dar uma de "copia mas não faz igual" resolvi pegar a ideia de campanha e passar para vocês que leem o site JOGADOR SOLO o link sublinhado do vídeo e expor minhas dicas, que além de adotar um novato no RPG e NÃO ESPANTAR UM NOVATO da sua mesa de RPG.
Achei a iniciativa bem legal, vinda de um dos caras que é muito conhecido aqui na minha cidade Belo Horizonte (MG) no cenário de jogos e RPGs independentes (MACUNAÍMA GAMES).
Eu sou suspeito falar, mas o RPG é um hobby muito legal e saudável para se praticar. Trabalha com diversão, interação social, disciplina e logico trabalha muito sua imaginação.
E durante os últimos anos, tem crescido muito principalmente no cenário nacional, você percebe muito na vasta variedade de financiamento coletivos de novos sistemas, canais de RPG espalhados pelo youtube (inclusive RPG SOLO), relançamentos de títulos antigos (Hero Quest) e lançamentos de novas edições do famigerado Dungeon and Dragons e Vampiro a Máscara.
E isso é bom, já que o RPG acaba aparecendo em mídias como séries (Stranger Things, Vox Machima) filmes do Dungeons e Dragons e claro muito vídeo game. Este crescimento acaba atingindo o novo público, curiosos e todo tipo de pessoal que se afeiçoou ao hobby.
Agora a pergunta de um milhão de dólares:
Como você recebe esse os jogadores novatos?
Como no vídeo linkado no inicio da matéria, o José falou do que fazer, porém eu vou partir do "Que NÃO FAZER!"
Se você quer adotar um novo jogador para sua mesa, evite falar que o que popularmente dizem "RPG é como um teatro sem roteiros".
Porque a pessoa leiga ouve isso, fica parecendo que vai ter que atuar no improviso. Caso ela seja tímida nem vai aparecer. Apesar de bobo, isso gera confusão e receio para muitos novatos que não entende o termo "roleplay".
Ao invés disso diga "RPG é um jogo de contar história".
Historia é mais fácil, todo mundo sabe contar um caso, uma fofoca. Quando você chega em casa, fala do seu dia, você está contando uma história. Isso é muito mais fácil assimilar.
Não jogue o livro de regras/PDF em cima da pessoa dizendo "lê aí". Mesmo sendo importante conhecer as regras de um jogo, ela poderia desanimar, com nossa vida corrida, quem tem tempo de ler um livro de talvez 100, 200, 400 páginas até o próximo final de semana?
E livros muito grandes, acabam assustando os novos jogadores.
Não digo para não mostrar, apenas veja junto com ele o essencial para começar. Como se cria um personagem, quais são os conceitos básicos e termos que vão usar no sistema, etc.
Não leve o convidado para uma mesa para deixa-lo apenas assistindo.
Este eu falo por experiência própria.
Uma vez fui a um evento de RPG na cidade, cheguei no local e todas as mesas estavam lotadas. Sentei em uma mesa qualquer para assistir e mesmo eu sendo um amante de RPG, achei muito esquisito só ficar vendo as pessoas fazendo caras e bocas de cenas dos personagens.
Se ele ainda sim preferir só assistir, explique que a imersão é muito maior quando se esta na história.
Se você for o mestre, tenha uma ou duas fichas de personagens com classes mais simples prontas para visitantes. Deixe apenas o campo do nome em branco para que o novato o "batize".
Uma coisa que faço é pedir para o visitante que não esta jogando dar nomes para os NPC´s, cidades ou vilas que precisam ser inventadas na hora. Isso acaba fazendo a pessoa se apegar no "roleplay".
O fato de brincar de dar nomes às coisas, a participação em si já o estimula a entrar no clima sem ser pressionado.
Na categoria de RPG Solo a viagem é mais solitária (pleonasmo à parte), uma vez que não haverá um grupo de jogadores e um mestre mais experiente que o ensine.
Não indique "trocentos" jogos e livros para um leigo no RPG.
Antes disso, procure perguntar o que tema o agrada (fantasia, cyberpunk, horror) e indique RPGs de poucas páginas de preferência com regras mais explicitas possíveis.
Peço licença poética à comunidade do SOLO RPG mas eu nunca indico um Sistema DOMINUS para quem é leigo no hobby de RPG. Mesmo sendo um sistema simples de uma folha.
Com todo o respeito que o DOMINUS merece, mas este sistema tem termologias que para nós entendedores saberíamos interpretar. Saberemos criar a cena e até dosar sua dificuldade, vantagem e desvantagem, que talvez um leigo que não entenderia o que constitui uma cena de RPG, como utilizar elementos do banco de ideias no improviso, aliás como improvisar em algo que não se entende ainda?
Por isso indique RPGs sim que tenham poucas páginas, mas que destas sejam com regras mais simples, que possuam ao menos uma página com explicações de conceitos básicos (o que é RPG, O que é o mestre, o que são d6, d4, d10 e etc).
Aliás, fica a dica para criadores de jogos dessa nova geração: Ao lançar para o publico e principalmente para venda, dedique ao menos uma pagina de seu documento explicando para leigos quais são os termos usados no seu livro. Se possuir tabelas, oriente sempre como usá-las, por mais óbvias que possam parecer.
E para concluir, divirta-se, esteja junto. Sempre convide uma pessoa a jogar RPG. Se a pessoa não curte RPG SOLO ou não ache que RPG SOLO não é RPG, não perca sem tempo querendo provar o contrário. Ao invés disso comente sobre sistemas novos e livros de RPGs com o SOLO incluído para que aos poucos quem tiver interesse quebre este paradigma.
Adote um novo jogador de RPG!
Uma das melhores matérias do site!